"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo..."

Tuesday, October 31, 2006

Viver é fazer arte (e a recíproca também é verdadeira)


(Créditos: Getty Images, fotógrafo Mel Yates)

Quantas vezes em sua vida você se vestiu socialmente? Há pessoas que se vestem assim todos os dias. Há algumas que só em ocasiões especiais. Há outras poucas que somente uma vez. Há ainda aquelas que jamais usaram trajes sociais. Como pode um fato tão simples, como usar roupa social, representar tão bem o quão diferente é a vida de cada um? Para alguns, a vida é uma batalha que deve ser transformada em festa. Para outros, viver é uma arte. Para mim, a arte é a essência da vida, como disse o dramaturgo Lajos Egri. E não me refiro à arte clássica, barroca, ou contemporânea. Me refiro à nossa arte pessoal, à arte que criamos todos os dias, onde algumas pessoas optam por utilizar mais da mesma cor, do mesmo tipo de representação ou ainda do mesmo tipo de material a ser utilizado; enquanto outras estão sempre mudando tudo ao redor sem coerência nenhuma. Ou às vezes, até com coerência. Seguindo esta linha de pensamento, seria a vida uma esplêndida representação da arte ou seria a arte o espelho da vida? Eu lhe digo o que acho. Ambas. A vida é uma representação da arte pois em nenhuma outra experiência utilizamos tanto do nosso conhecimento e da nossa habilidade tendo como objetivo traçar um caminho, que todos aspiram que seja bem-sucedido, até o fim. O fim, este, que não sabemos quando virá. Nada é mais belo que a vida. Nada é mais travesso do que viver. Ao mesmo tempo, o que seria da arte, aquela que pode ser caracterizada como clássica, barroca ou contemporânea, se não tivéssemos a vida, nossas próprias experiências ou as experiências dos outros que presenciamos, como maior fonte de inspiração? Esta é fácil. Não seria. A arte é a essência da vida. E o que seria a vida, senão a razão de todas as essências?

Este foi o primeiro pensamento inesperado de uma nova fase... (ouvindo "Move Over", Janis Joplin)