"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo..."

Tuesday, December 12, 2006

Sobre respirar amor mas não amar ninguém

(Créditos Imagem: Getty Images, fotógrafo Neil Beckerman)

"Se todo alguém que ama é para ser correspondido
Se todo alguém que eu amo é como olhar a Lua inacessível
É que eu não amo ninguém
Ninguém...
Não amo ninguém, isso parece incrível
E é só amor que eu respiro"



Como disse Mário Quintana, "amar é mudar a alma da casa". Concordo com este pensamento. Concordo com muitos pensamentos sobre o amor. Acredito que quando se ama as coisas fazem ainda mais sentido. Tenho plena consciência de que o meu amor se assume romântico, carente e corre riscos. Mas onde estás, amor?
Não sei o que está acontecendo. Meu coração anda sozinho, anda com medo, anda espantando todos aqueles que tentam se aproximar dele, e mesmo aqueles que pareciam ter lugar cativo já arrumaram as malas e partiram, aparentemente, sem volta. Nem meus amores platônicos tem feito minha cabeça ultimamente (são eles John Frusciante, Nando Reis, Paulo Vinícius Coelho e Johnny Depp ). Será que é preocupante eu não estar pensando em alguém nas horas erradas em pleno auge da adolescência ou será que estar sem amar, por falta de vontade e de ânimo para tal, é mais normal nessa vida do que eu imagino?
Queria escrever poesias nas folhas de fichário em plena aula de Biologia mas falta inspiração. Queria beijar mais do que tenho beijado mas faltam candidatos à altura (ou quem sabe eu penso que faltam). Queria desenhar corações no quadro negro e ficar compartilhando sorrisos à tôa com as amigas apaixonadas mas falta estado de espírito. Queria que a música 'Socorro', de Arnaldo Antunes não fosse a canção que mais combina comigo no momento, não por desmecê-la mas por conter versos do tipo "alguém me dê um coração que esse já não bate nem apanha/qualquer coisa que se sinta/tem tantos sentimentos deve ter algum que sirva". Tenho medo de meu coração ter fechado para balanço por um tempo. Estou com medo dele ter refletido sobre as paixões que me envolveram e concluído que eu já amei mais alguns amigos do que deveria. Ou que me deixei encantar por um surfista meio tímido mais tempo do que esperava.
Atualmente, até amor não-correspondido vale a pena em troca de sair da rotina segura. Ultimamente só tenho derramado lágrimas por conta de crises existenciais, e mesmo quando estou na solidão do meu quarto de paredes cor-de-abóbora, tenho no lugar de sorrisos suspirantes um silêncio permanente, embalado ao som de bossa nova & rock'n'roll. Só sei que estou sentindo falta de paixão. Só sei que tenho precisado de um você com o qual possa sonhar. Só sei que quero voltar a escutar o meu CD de baladas favoritas. Só sei que, mais do que nunca, estou querendo "mudar a alma da casa".


(consolada pelas vozes de Cássia Eller, que canta os versos que iniciam este post, e Norah Jones, que disserta sobre o amor de uma forma a qual eu gostaria de compartilhar)

1 Comments:

  • At 9:18 PM, Blogger Sylvia de Sá said…

    Anna!!!

    Eu poderia ter escrito este texto e não teria uma só frase que não se adequasse à minha vida no momento...
    Incrível, até!
    Tenho sentido o mesmo. Falta de paixão... daquelas que te fazem tremer só de ver a pessoa.
    Cheguei a um ponto em que penso o mesmo. Se não é para amar alguém que corresponda, que eu ame, apenas. Mesmo que sofra, mas que eu possa dizer que amo.

    E, simplesmente, adoro Quintana...

    Grande beijo! Que nossas almas encontrem, logo, uma nova casa! =) Talvez, até, elas tenham encontrado e só esqueceram de avisar! ;)

     

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