"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo..."

Thursday, November 16, 2006

Todo Karma para Toda Ação

(Créditos da imagem: Getty Images, fotógrafo John Knill)

Ação.
O ato de agir perante alguma circunstância.
O ato de atuar na própria vida seguindo um padrão determinado. Ou não.
O fazer sem pensar que está fazendo.
Não há pensamento, nem planejamento.
Há apenas necessidade, disciplina ou vontade de viver sob rotação constante.


Reação.
Ação que vêm do impulso.
Impulso que vêm do instinto humano de ser.
Quem sabem, uma oposição à idéia da açãoz.
Quem sabe, uma resistência à ordem das coisas e às idéias progressistas.


Toda ação gera uma reação.
Assim diz uma lei da química ou da física, não sei ao certo qual das duas.
Química esta, que nada mais é, do que uma dedicada estudiosa da natureza, de seus corpos, e das relações e atuações entre o um e o outro.
Relações que podem ser positivas ou negativas.
Relações que podem dar origem à combinações totalmente diferentes.
Relações que de tão visadas, parecem criar espírito próprio.
Física outrem, que valoriza as propriedades gerais da matéria e suas leis, que por toda hora, tentam modificar o espaço ao seu redor e o estado de si própria, sem alterar sua composição íntima em nenhum momento.
O íntimo é nosso, e somente nosso.
E há todo um encanto por trás do íntimo.
Quase nenhum íntimo é protagonizado por mais de uma pessoa, ao mesmo tempo.
Quase nenhum íntimo é intacto à uma evocação pessoal vaidosa.
Não sabemos o real valor do íntimo. Nem sua real beleza.
Na verdade, poucos se dão conta de que ele é realmente real...


Toda ação gera um reação de força e sentido contrário.
É este o berço da consequência.
Talvez, a conclusão de um árduo trabalho de pesquisa.
Talvez, a dedução de algum dado importante.
Talvez, a decepção que nasce de uma precipitação sem motivo.
Mas não é pelo fato de ser gerada pelo talvez (e somente pelo talvez) de um vasto mar de possibilidades, que a consequência tem uma menor importância.
Esta se gradua conforme notificação dada por nós mesmos.
Cada um tem seu próprio grau de importância.
Cada um tem sua lista de prioridades.
E ela é nossa. Ela faz parte do nosso íntimo.


Toda maldade tem seu preço.
Toda bondade também.
Este preço não vêm tabelado.
Cada um de nós escreve sua própria tabela de preços.
E todo preço vêm com juros.
Que não serão cobrados a mais ninguém, além de nós.
Os juros que pagamos por nossas ações e suas consequências também fazem parte do íntimo de cada um.


E segundo dizem alguns, há um lugar onde os méritos e deméritos se encontram e se tornam um único ser.
Há um lugar onde não existe nada mais que verdade e conhecimento.
Seram os seres humanos seres encantados, encarnados e consequentemente, imortais?
Haverá sentido em viver senão aquele que busca a evolução do íntimo?
Talvez a resposta desta pergunta seja positiva.
Talvez haja uma estrada até o nirvana.
Talvez a libertação exista de fato.
Talvez o ápice não seja impossível, e a perfeição seja alcançável.
Mas antes de qualquer consequência, há o próprio ato.
E a única certeza que temos até agora é que toda ação, seja esta boa ou má, é karma.
E há somente uma relação que podemos fazer diante de tudo isso:
(Não sabemos se seu cume é físico, químico, teológico ou biológico)
Apenas sabemos que para toda ação há um karma; para todo karma há uma ação.
Somente isso.


(trilha sonora: Ok Computer, Radiohead, um dos discos mais lindos do mundo. Thom Yorke, você é um gênio. E eu dedico este texto de cume filosófico à você.)

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