"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo..."

Friday, April 20, 2007

Quando o Fim veio à tona

(Crédito: Getty Images, by David Madison)

Estava ouvindo Spice Girls, uma boa lembrança da infância. Estava meio deprimida comigo. Estava achando que nada no mundo tinha solução. Me prendi numa frase da música 'Wannabe': "friendship never ends". Ironia do destino ou não, a amizade das Spice, se não acabou, deixou de ser como era. A amizade que eu tinha com algumas pessoas acabou. O grupo das Spice Girls acabou. O namoro de uma amiga minha acabou. O meu primeiro ano letivo na Escola Técnica acabou. Tudo isso, em tempos diferentes. Anos diferentes. Momentos diferentes no mundo. Então, parei e comecei a pensar uma coisa: tudo na vida tem um fim. Simples assim. Se há coisas inevitáveis na vida, uma delas é o fim. Mas se o fim é inevitável, por que temos tanta dificuldade em lidar com ele? Por que não nos conformamos e procuramos uma razão de ser para o fim ao invés de achamos que tudo conspira contra porque algo terminou? O ser humano é complicado por natureza. Acha que o fim de uma coisa boa é o prenúncio de que jamais virá outra coisa tão boa. Somos tolos quando pensamos assim. Às vezes, pode não acontecer da mesma maneira. Ou pode acontecer uma coisa melhor. Tudo aqui é feito de mudanças. Sem fim, nada muda. Nada melhora. Nada evolui. Eu arriscaria dizer que o fim é essencial para o equilíbrio da vida humana. Imaginem, se nada tivesse um fim em nossa vida e todas, todas as pessoas do planeta mantivessem as mesmas relações de sempre, com as mesmas pessoas, impossibilitando umas às outras de ampliarem seus horizontes. Seria maçante. Tudo é um ciclo. Estamos em constante transformação. O fim de uma determinada fase, ou de um namoro, ou de uma amizade, é necessário para que o ciclo continue. Os Strokes (bandinha dos Estados Unidos bem boa) que estão certos. Tem uma música deles que diz "the end has no end". Pura verdade. Mais pura do que água de fonte cristalina. No fim, o fim não tem mesmo fim.


(Escrito ao som de Spice Girls. Dedicado à Aimeé. E à mim, que preciso aprender mais do que nunca a conviver com o fim.)

2 Comments:

  • At 6:42 PM, Blogger Unknown said…

    Bom, o fim nunca tem fim mesmo.
    É um fato... e impressionante o quanto é difícil lidar com "fins", mesmo sabendo que são inevitáveis.
    Mas acho que não há forma melhor de aprender, do que com um fim. Se algo acaba, necessariamente precisamos aprender a construir o novo. E vc tem razão ao dizer que a existência do fim é essencial para a continuidade da existência da humanidade. Talvez, a humanidade e o fim caminhem juntos.
    O importante é tirar o melhor de toda e qualquer situação. Pois, por pior que seja o momento, sempre há algo bom para se aprender.
    Isto é crescer.
    Além do mais, a felicidade não existiria, se não houvesse maus momentos. Logo, passar por "fins" é ser feliz. E se a gente entende isso, tudo fica melhor.
    Ciclos se renovam... O que parece um fim, pode se tratar de um começo.
    Então, bom começo para vc.

    Beijo grande,

    Sylvia

     
  • At 5:04 PM, Blogger Carla Moraes said…

    Escreveu muito bem como sempre, Srtá Terra..


    Dedicado a Aimée? Por algum motivo especial? Imaginooo o ki sejáá.. vc cita no início do texto, nam cita?



    Bjuz minina


     

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