Quando o sentido está nas vírgulas
Como assim eu estou pensando em você sem parar? Como assim, se eu fiquei dois anos só te dando 'oi' por educação? Como assim, se você sempre estudou numa sala ao lado da minha e só agora isso é uma agonia pra mim? Sei lá. Dessas coisas que acontecem e a gente nunca vai saber porquê. Eu morro de medo de me apaixonar. Fato. E eu estou morrendo de medo de me apaixonar por você. Porque você parece perfeito demais e ninguém é tão perfeito assim. Porque tem mil meninas querendo ficar com você e eu tenho raiva de todas elas. Porque você é vascaíno. Sim, você é vascaíno do tipo chato, que implica com rubro-negro e do tipo fofo, que encanta rubro-negra de coração distraído. E eu fico procurando sentido nas vírgulas das frases dos recados que você deixa pra mim.E eu fico procurando motivo na entonação das palavras que você diz naquele mesmo tom desencanado de sempre, que em seguida, vira o sorriso mais lindo do mundo. E eu fico procurando o seu olhar pra cruzar com o meu no meio daquele pátio imenso. Igual quando nossos olhos se encontraram na roda dos loucos e aqueles cinco segundos duraram toda uma eternidade, que terminou por constranger nós dois, que sorrimos sem graça e olhamos pro chão. E eu esqueço de pensar em mim pra pensar em você. E eu sigo seus passos e tento fazer leitura labial da sua conversa com outras pessoas. E fico buscando mais coisas em comum do que todas aquelas que nós já temos. E a cada nova, eu me encanto mais. Como você pode gostar de rock bom, ser totalmente contra atos de crueldade nos animais, ter aquela mesma opinião em comum e achar que 'Pulp Fiction' é tão essencial quanto 'Laranja Mecânica'? Quando eu sonhei com você um dia achei que tinha sido curiosidade. Quando sonhei com você pela segunda vez achei que era coincidência. Quando passei a sonhar com você em quase todas as noites vi que era mágica. Eu sei que você mudou. E deve ser por isso que eu gosto de você só agora. Eu não mudei tanto assim de uns tempos pra cá mas será que dá pra você gostar de mim, assim desse jeito que eu sou? Ou será que você pode me dar um sinal que não fique assim tão subentendido? Ah, e você podia me elogiar menos também? Não, eu não quero isso, eu quero que você me elogie mais, e mais, e que você me elogie e me dê um beijo todos os dias, e quem sabe assim, eu paro de sonhar com o seu beijo e perder minutos imaginando como ele deve ser. Eu não sei quanto tempo isso vai durar, mas te digo que eu fugia com você hoje. E deixava você tocar bateria o dia inteiro sem reclamar. E assistia jogo do Vasco feliz da vida. E esquecia de todos os outros meninos que já me deixaram sem fôlego pra tirar o seu fôlego. E aprendia a matemática que eu não sei pra poder te ensinar. Eu só queria ficar contigo e deixar a ocasião e a situação fazerem o resto. Eu só queria que essa paixão, que agora me parece tola, se concretizasse por três milésimos de segundo. Ou melhor, por cinco segundos. Porque eu já sei que os cinco segundos com você duram toda a eternidade. E pra lembrar do Nando Reis, eu trocaria a eternidade por uma noite cheia de relâmpagos e raios com você. É só falar.
p.s. ouvindo Raiz do Sana só pra pensar mais em você.
5 Comments:
At 6:55 PM, Sylvia de Sá said…
Lindo, Anna!
Como vc pode ter medo de algo assim?
São esses momentos, que nos tiram o fôlego, que fazem a vida valer de verdade!
Seja por um milésimo de segundo ou pela vida toda... Faça valer a pena! Isso que importa!
Fuja se tiver de fugir.
Dance se tiver de dançar.
Beije com vontade.
Fale com as estrelas.
Olhe para o mar.
Veja o sol nascer.
Converse com o olhar.
Ou faça qualquer outra coisa que deseje no momento. Você é livre pra isso...
E, o mais importante, não se esqueça nunca do que disse o nosso velho amigo:
"Que não seja imortal, posto que é chama/Mas que seja infinito enquanto dure".
Tenho certeza de que você vai saber o que fazer. E, se sentir que está desviando da direção certa, tenha certeza de que tem alguém aqui que pode te ajudar a voltar para o caminho, ou, simplesmente, caminhar com você. Seja por onde for, fisicamente ou não.
Beijo grande e aguardo novidades!
At 11:30 PM, Victor Viana Clemente said…
Cara, Anna, é incrível como você consegue transparecer tanto de você em algumas poucas linhas... Quem te conhece um pouco mais, não tem a menor dúvida de que foi você que escreveu esse texto...
A paixão, o gosto pelo futebol, pelo cinema, a influência de Clarice Lispector... Assim você vai acabar tomando chá na ABL... :D
Quando eu crescer, eu quero escrever igual a você, Anna...
Beijos, e estuda pra Alex
hihihihhihih
Tenha um bom domingo de futebol...
At 11:36 PM, Victor Viana Clemente said…
ahh...
há um texto bem interessante da Lya Luft no meu blog...
At 9:25 AM, Anonymous said…
Lindo d++ Anna
sei oq é isso
tipo acordar e esquecer de parar de sonha
vc pode ate achar q na incerteza isso não é bom
mas na verdade e bom d+
você pode lutar contra, pode ate ganhar
e eaw vc vai perceber que e melhor sentir
nem que seja dor, q seja angustia
e melhor que nada
não parece mas é.
tenho certeza q as pessoas vão ler
e pensar nas experiências próprias
Como deve ser
td mundo quer e uma voz
alguém qu saiba descrever oq sentimos
dizendo ali com todas palavras oq precisa se dito
aew vc fik dizendo: é isso mesmo
essa sensação de cumplicidade
e mt boaw
bjssssssss
At 4:44 PM, Luisa. said…
Lindo, maravilhoso e muito tesudo!
hahaha
Eu sempre consigo conhecer novas facetas suas só por ler seus textos... E mesmo sabendo que eles sempre serão muito bons, sempre consigo me surpreender!
E medo pra quê, menina? O medo só vai te impedir de viver todas as coisas maravilhosas que vc tem pra viver... Melhor mesmo é perder e tirar o fôlego...
Te amo!
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